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quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Da série casos verídicos

Aproveitando o assunto da postagem anterior (Use capacete) hoje vou contar para vocês um caso que aconteceu comigo e com um outro atleta da Ironmind chamado Andrei Candemil.
A despeito de ser uma pessoa calma e de fala mansa eu nunca vi na vida um cara mais desleixado com equipamento que o Andrei.
Uma boa analogia para que vocês entendam como é a bike dele é a seguinte: sabe o carro do Rabugento, pois é a bike dele seria a bike do Rabugento. A coitada da Cervelo Dual dele só era reconhecível logo após a sua compra. Quem olha aquela lata velha hoje em dia nem imagina que é uma Cervelo. O cuidado que ele tinha no manuseio da bicicleta também é digno de menção. Certo dia eu estava a voltar pra casa depois do treino de sábado no Taiko e vejo uma Cervelo alojada dentro do carro, era um Vectra do modelo antigo, toda torta e desalinhada e, pasmem, com o clip inteiramente do lado de fora da janela do carona. Como ele conseguiu fazer aquilo não me perguntem. Deve ser porquê ele é engenheiro.
Pois bem, o cuidado que ele tinha com a bike tinha também com os equipamentos triatléticos em geral.
Num belo dia notei um baita rachado no capacete do Andrei. Falei na hora pra ele. Tá doido cara, se você cair e bater a cabeça no chão já era.
Ele não me deu muita atenção e continuou a usar aquele capacete quebrado.
Coincidiu de eu ter viajado para Nova York alguns dias depois e lá visitei a RACYCLES ( já fiz um posta aqui no blog sobre a visita) e comprei dois capaocetes Bell, um pra mim e outro pra ele. Trouxe aquelas tranqueiras dentro do avião...enfim capacete é uma coisa muito ruim de levar. Na mala ocupa muito espaço e pode quebrar, na mão também é ruim de carregar.
Entreguei o capacete para o Andrei e disse pra ele. Usa essa porcaria e joga aquele pinico que você põe na cabeça fora e não precisa nem me pagar nada (ele insistiu tanto em me pagar que acabou pagando alguns meses do meu treinamento pro Roberto Lemos, já que eu não quis aceitar o dinheiro).
Algumas semanas depois nos encontramos no Taiko para o clássico treino de transição no sábado.
Qual não foi a minha surpresa quando o Andrei me deu um abraço forte. Pensei com meu botões. Será que ele virou boiola? Será que ele ficou doido de vez?
Nada disso. Naquela semana ele tinha sido atropelado e tinha sido salvo pelo capacete.
Até hoje eu sinto o olhar de gratidão que ele me dá quando me encontra.
Sem falsa modéstia fiquei muito feliz pela atitude que tomei. Poderia ser que ele não estivesse mais entre nós ou ter tido uma lesão que o levasse a viver o resto da vida na cadeira de rodas.
Atualmente o Andrei está num período sabático, mas tenho certeza que em breve voltará a abrilhantar o nosso pelotão.
É isso aí galera abração a todos e bom treinos !!!

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