Pesquisar este blog

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Da série casos verídicos 5

Uma das pessoas que mais me ensinou as coisas do triathlon e as da vida também foi um cara fantástico que se chama Jake do Carmo. Ele é professor de Educação Física da Universidade de Brasília e tem mestrado em fisiologia do exercício e doutorado em engenharia elétrica na área das forças aplicadas ao pedal da bike, inclusive eu fui uma das cobaias da pesquisa.
Esse cara passou por diversas das fases mais importantes da minha vida. Quando eu o conheci em agosto de 1997 na pista de corrida do colégio Elefante Branco eu tinha acabado de prestar o vestibular, mas ainda não sabia se tinha passado. Poucos dias depois recebi a noticia da aprovação e o Jake ficou muito feliz com a minha conquista. Depois disso ele realmente ajudou a me formar como homem e como atleta e viu o auge da minha carreira no ano de 2000 quando eu obtive os meus melhores resultados e também presenciou o fim da minha carreira de atleta na elite do Troféu Brasil e com a minha única participação em um Ironman, que foi aqui em Floripa no ano de 2001 com apenas 22 anos de idade.
O que lembro mais do Jake eram as tiradas geniais que ele dava de vez em quando, fazendo um resumo de temas muito complexos em poucas palavras, geralmente na forma de citações.
Naquela época a vida não estava muito fácil. As sucessivas crises econômicas que o Brasil passou elevaram vertiginosamente o preço do dólar, então não dava para ter equipamentos de ponta em virtude do custo muito elevado.
Certo dia estávamos a discutir sobre a questão dos quadros de fibra de carbono e dos grupos Campagnolo Record e Shimano Dura Ace (na época a SRAM não fabricava peças para bikes speed), mas ao mesmo tempo sabíamos que para a nossa realidade de dólar ao custo de quase 3 reais e com a renda da época, que bem menor do que a de hoje em dia, era quase impossível botar as mãos nos equipamentos aqui citados.
Para não me desanimar ele disse uma das frases que eu reputo como as mais importantes que já ouvi no triathlon "Thiago o que importa são as pernas Dura Ace e não o grupo Dura Ace". Grande verdade...tem gente que tem uma super bike, mas a perna Tiagra. Daí não dá.
Click no link acima em azul e veja um artigo do Galindez sobre as bikes que ele já usou no meio Ironman de Púcon. São de várias marcas e estilos (time trail ou speed clássica).
Então para você que tem a bike mais cara do mundo, mas treina que nem um almofada ou nem treina direito nunca esqueça que o a bicicleta é parecida com o carro dos Flinstones, ou seja, o que importa é o motor que o impulsiona e não propriamente o carro que é impulsionado.
Antes que alguém me jogue uma pedra é claro que eu não estou aqui a dizer que o Fabian Cancellara pegar uma Caloi 10 de ferro toda arrombada que ele vai bater o recorde mundial, mas que no Protour são diversas as bicicletas e acho que elas são compatíveis umas com as outras.
Outro argumento ao meu favor é que praticamente todas as bikes dos 10 primeiros colocados do Ironman do Havai no ano passado eram de marcas diferentes. Isso prova que o negócio é levantar a bunda da cadeira e treinar é muito mais eficiente do que ter uma super bike sem motor para botá-la para rodar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário